“O
amor de Cristo nos impele”. Querendo escrever sobre o Beato João Paulo II, não
encontrei frase melhor do que essa, retirada da segunda carta de São Paulo aos
Coríntios (2Cor 5, 14), para falar sobre a vida desse homem excepcional. Serão
palavras breves, sem pretensão de profundidade, apenas de gratidão.
Em
sua vida, conheceu de perto os horrores da 2ª Guerra Mundial, especialmente os
praticados pelo regime Nazista, viu a miséria da humanidade e o que a ausência
de Deus faz a ela. Após, viu-se cerceado pela falsa liberdade oferecida pelo
regime Comunista da então União Soviética. Contudo, nunca perdeu a esperança
cristã, pois sabia que quem não espera acaba desesperando, como muitos fizeram,
tomando assim caminhos errados e ineficazes na resistência aos regimes
totalitários (leia-se Nazismo e Comunismo), responsáveis pela morte de dezenas
de milhões de pessoas.
Ao
contrário de muitos, sua “arma” era uma só, a mais poderosa de todas, contra a
qual não há defesas, o amor de Cristo, que o impeliu a entregar sua vida à
humanidade. Tornando-se sacerdote da Santa Igreja Católica, ofereceu-se como
caminho a ser pisado pelos homens para que se aproximassem e conhecessem o amor
de Deus, afinal, o padre é um homem para os outros homens.
Mostrou
a todos, sem distinção de religião ou crença, a força do Amor, com “a”
maiúsculo, viveu aquilo sobre o que Santa Teresinha do Menino Jesus nos falava:
“que tudo vençamos pelo amor”, e venceu, quebrou barreiras, atingiu até aqueles
ferrenhos críticos da Igreja Católica, levou ao mundo o Cristo vivo e ressuscitado.
Deixou
uma grande obra filosófica e teológica, através da qual defendeu a dignidade de
cada ser humano, pois imagem e semelhança de Deus; como exemplo, basta conhecer
as catequeses sobre a Teologia do Corpo, convidando-nos a um novo
olhar sobre a sexualidade humana, apresentada como possibilidade de ser reflexo
do amor de Deus, integrada ao ser por completo. Presenteou-nos ainda com muitas
outras catequeses, entre as quais destaco as que tratam sobre Nossa Senhora e
sobre a Igreja.
Encerro esse
curto texto com as palavras do Papa Bento XVI, durante a homilia proferida na
missa de beatificação de João Paulo II: “enunciou
na sua primeira Missa solene, na Praça de São Pedro, com estas palavras
memoráveis: "Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a
Cristo!". Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele
mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos
e econômicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de
Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de
amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana,
este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não
ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do
Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade
é garantia de liberdade. Sintetizando ainda mais: deu-nos novamente a força de
crer em Cristo, porque Cristo é o Redentor do homem.”
Obrigado, Beato
João Paulo II. Pedimos a tua intercessão, para que aprendamos a, também nós,
tudo vencermos pelo amor.
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