terça-feira, 23 de abril de 2013

Desconecte-se para se conectar!




As redes sociais e as novas formas de comunicação facilitaram nossas vidas sob muitos aspectos. Contudo, é necessário questionarmo-nos: como estamos utilizando essas ferramentas? Será que elas estão realmente nos aproximando das pessoas? Como, a partir delas, podemos aproximar a nós mesmos e aos outros de Cristo?

Tentando responder a essas perguntas, reflitamos acerca de alguns trechos retirados da mensagem do Papa Emérito Bento XVI para o 45ª Dia Mundial das Comunicações Sociais. Após cada trecho, estão algumas perguntas, que podem nos ajudar a pensar sinceramente sobre o assunto.

“A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de sermos autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.”

Procuro mostrar aos outros, nas redes sociais, aquilo que não sou? Buscando agradar as pessoas, será que não estou deixando de ser eu mesmo? A utilização desses meios não está alimentando em mim o orgulho e a vaidade?

“Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para refletir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contato virtual não pode nem deve substituir o contato humano direto com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.”

Passo o dia “navegando” na internet e acabo esquecendo aqueles que estão ao meu lado? Estou atento às necessidades daqueles que me cercam? Deixei de lado os encontros reais, os abraços e os sorrisos? Estou aberto a perceber as maravilhas de Deus nas pequenas coisas?

“Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos mídia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).(...) A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência.”

Na tentativa de evangelizar os amigos, procuro mostrar e propor a beleza de ser cristão em vez de impor aos outros uma forma de pensar? Em vez de aborrecer as pessoas, respeito o tempo de cada um? Estou dando testemunho também através do meu perfil nas redes sociais? Posto conteúdos coerentes com a vida cristã? Busco viver aquilo que anuncio? Tenho consciência de que meu exemplo é a melhor forma de evangelização?

“Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a» (ou seja, suavizando-a).”

Sou autêntico ao apresentar-me nas páginas virtuais? Ou estou apenas buscando popularidade? Disfarço minhas convicções buscando agradar os outros? Tenho vergonha de me apresentar como cristão católico?

Pesquisadores do Departamento de Ciência Comportamental da Universidade de Utah Valley, EUA, constataram que usuários regulares do Facebook tendem a ser um pouco mais tristes que os não usuários. E a razão por trás dessa tristeza seria a inveja. Tudo por pensar que a vida do outro é sempre melhor do que a nossa: fotos de viagens, posses materiais, boas companhias. Não nos deixemos enganar ou influenciar por esse tipo de pensamento. A alegria do cristão não vem dos bens materiais ou das aparências. Escutemos as palavras do nosso Papa Francisco: “A nossa alegria não nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do fato de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis”.

Caro amigo, procure fazer uma boa reflexão sobre o tema e, quem sabe, abrir os olhos para todas as maravilhas que estão ao nosso lado e não percebemos. Pense nos amigos que não vemos há muito tempo, na conversa com os familiares que não estamos mantendo, nas paisagens que passam despercebidas. Amigos, familiares, a beleza do mundo criado, eis os lugares e situações do nosso encontro cotidiano com Cristo.

Desconecte-se para se conectar ao que vale a pena!

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